O slasher é um dos subgêneros mais fáceis de se identificar dentro do cinema de terror. Caracterizado por um assassino geralmente mascarado que persegue e mata suas vítimas, frequentemente adolescentes ou jovens adultos, esses filmes seguem uma fórmula bem definida. Exemplos icônicos incluem “Halloween” (1978), “Sexta-Feira 13” (1980), e “A Hora do Pesadelo” (1984). A simplicidade da trama, que muitas vezes envolve um grupo de amigos isolados em um local remoto, facilita a criação de tensão e sustos. Além disso, o uso de clichês como a “final girl” – a última sobrevivente que confronta o assassino – é uma marca registrada do gênero. Essas características tornam os slashers acessíveis tanto para os cineastas quanto para o público, mantendo sua popularidade ao longo das décadas.

“In a Violent Nature” tenta trazer uma abordagem nova para o gênero ao acompanhar o assassino em vez das vítimas – embora, vale lembrar, isso já tenha sido feito em filmes como “Maniac” e em jogos como “Dead by Daylight” e “Friday the 13th: The Game”. Aqui, acompanhamos o assassino em uma visão de terceira pessoa, indo de um lugar para o outro, apenas observando suas vítimas.

Mais do que este abordagem nem tão inovadora assim, “In a Violent Nature” se destaca mesmo no estilo contemplativo, diferente dos slashers mais frenéticos. Com poucos sustos, mas ainda mantendo o gore, o diretor Chris Nash utiliza uma estética mais reflexiva, citando Terrence Malick e Gus Van Sant como referências. Os planos longos, a cinematografia detalhada e uma certa atenção aos elementos visuais e sonoros criam uma atmosfera mais introspectiva para o público.

Em “In a Violent Nature”, realmente sentimos que existe outro filme acontecendo no extracampo. Ouvimos conversas dos sobreviventes, mas quase nunca os acompanhamos de fato. Não existe nenhuma tentativa de identificação com as vítimas; apenas vemos e sabemos o que o assassino sabe.

Nisso, Nash até consegue esta tentativa de reimaginar o slasher em seus melhores momentos. No entanto, por mais que muitas coisas sejam bem feitas, “In a Violent Nature” ainda não parece algo completo; apenas uma proposta interessante a ser executada, cumprindo uma lista de elementos chaves para seguir uma estética “slow cinema” mais experimental. Falta desenvolvimento na forma, parecendo mais um pitch estendido do que um longa totalmente realizado.